O que vai deixar por aí nos próximos passos?

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Os dias passaram e o que você deixou? O quanto amou? O quanto aproveitou? O tempo vai escorrendo pelas mãos. E pelos passos que caminhamos, deixamos nossas marcas por aí. E nessa bagunça do nosso querer, das nossas responsabilidades, das nossas confusões e no meio de pequenas multidões, só no resta sempre seguir. Sozinho ou acompanhado, de mãos dadas ou soltas ao vento, a gente entrega um pouco de nós em cada sorriso. Deixa um vestígio em cada palavra escrita. Deixa saudade com o perfume. Deixa tristeza, deixa vontade, deixa também uma gostosa felicidade. Viver parece fácil, quando esquecemos das escolhas difíceis. Viver parece difícil, quando não notamos o que nem sempre é tão visível, mas pode ser lindo. Viver é uma questão de equilíbrio, entre sensatez e insanas loucuras. Entre choro de alegria e de dias difíceis. Cada dia é um gostoso desafio. Uma arriscada ousadia.

Cada dia é um novo capítulo. E o que você escreveu hoje, te orgulha? Você viveu ou fingiu? Você foi verdadeiro ou mentiu? Você foi leal ou traiu? Você recomeçou ou desistiu? É a forma como você lida com as coisas que faz a vida mudar. É a forma que você aprende com o que te fez errar, que te faz acertar. É a forma que você ama, que mostra aos outros que é possível amar também. Toda ação uma reação. É a vida muitas vezes feito um bumerangue. É inegável, aquilo que você faz da vida, a vida faz de você. É simples assim. E às vezes a gente só nota o que é certo, depois de errar muitas vezes. E a gente só percebe o mal que a gente fez, quando a vida dá o retorno e temos que nos sentir como aquele que a gente já feriu. E dói demais. Temos que conviver com as consequências de nossas escolhas todo o tempo. Tudo que é construído por tortos caminhos, um dia desaba. Viver é um constante aprendizado. Não são os erros que definem nosso caráter. São às vezes em que percebemos que deveríamos ter corrigido os nossos desvios e continuamos com nossas maldades. É o momento que percebemos o quanto fomos errados e seguimos rumo a errar mais uma vez. O que somos mostra o quanto fomos dispostos a realmente aprender. O que colhemos mostra a qualidade daquilo que plantamos. E então, o que você quer viver? O que você vai escolher pra você?

Às vezes a vida parece tão mais ou menos. Às vezes quando quer sair, não pode. Às vezes a gente só queria alguém e parece não ter. Às vezes a gente ama e não é amado. É amado, mas não consegue amar de volta. Às vezes a gente tropeça, se rala, sangra e se decepciona. Às vezes descobre mentiras e não consegue nunca mais confiar. Às vezes mesmo sem notar, somos uma decepção para alguém. Às vezes o que a gente tanto queria, não vai mais acontecer. Às vezes a gente quebra a cara. Mas seja o que for que aconteça, faz parte se entristecer. É parte do script, muita coisa não ocorrer. Mas vale a pena perder tempo demais em sofrer? Como essas coisas todas reagem no peito? E enquanto a vida e o mundo gira, o que mudou em você? O que você aprendeu com o que não pode ocorrer? O que você aprendeu com os NÃOs que levou? O que você aprendeu com os tantos SIM que você disse, mas não devia? O que faz de si, enquanto caminha pela vida?

Nos passos da nossa caminhada, aos poucos as ilusões são reduzidas a pó. As prioridades vão mudando. As pessoas indo e talvez não voltando. A gente indo embora, para não mais voltar. A gente chegando na vida de quem queremos ficar. O tempo vai passando e vamos percebendo que nenhuma realidade permanece pra sempre, a não ser as próprias lembranças. Que poucas são as certezas da vida. E que vamos sim, constantemente mudar de opinião. Vamos repensar tudo aquilo em que vamos nos permitir. E vamos finalmente percebendo aos poucos, que a PIOR e MELHOR coisa da vida é o fato que nada é eterno. Não ser eterno nos mostra a importância de valorizar ao máximo cada momento como se fosse o último. Não ser eterno, nos mostra que mesmo a pior realidade um dia terá fim. Isso é maravilhoso, por mais que em tantos momentos assuste. E aos poucos a gente nota que o bem mais valioso que temos, são os momentos que vivemos. São as sensações que sentimos. Os olhares que encontramos. A paz que temos nos braços de alguém. Que o mais gostoso da vida, nem sempre são as certezas, mas as incertas do inesperado. Que o mais gostoso da vida é encarar com determinação a aventura de cada nova história. E viver como se não fosse morrer. E amar como se morresse amanhã. Que a melhor coisa é calar discussões tolas com um beijo. De matar orgulhos, com mãos dadas. De perder menos tempo com pensamentos que não nos levam a nada. Deixar as raivas morrerem em um sepulcro de paz. Bom, mesmo é não ser tolo para viver refém pra sempre do medo. Não ser tolo de não querer sentir o gostoso arrepio de se apaixonar e se entregar. De visitar lugares que nunca visitou. Mas antes de visitar os lugares mais belos do mundo, precisamos aprender a visitar os lugares mais profundos do nosso coração.

Os passos que já dei por aí, não posso mudar. O que deixei pelo caminho, ficou por lá. Mas o que sou hoje corresponde a tudo isso. E apesar do que deu errado, do que demorou para acontecer e os planos que nunca chegarão a se realizar, notei que os maior presente da vida, é estar vivo. Que o melhor da vida, não são as coisas: são as pessoas, as boas palavras, os abraços, os beijos intermináveis com gosto de até logo, o fim de tarde com acontecimentos bons e inesperados. O melhor da vida está além do celular, das selfies, dos abismos que construímos entre nós. O melhor da vida está além das mensagens e de uma vida online no facebook. O melhor de viver, não é estar em um relacionamento sério, mas sim em realmente se relacionar. Não é dizer que ama, é amar. São os inícios e os fins e a possibilidade de sempre recomeçar mais forte. São os erros que nos tornam melhores.

As melhores coisas estão todas dentro de nós quando tocamos em alguém. Então ao lidar com as pessoas, esqueça os diplomas, o status. Esqueça os preconceitos, as raivas acumuladas. Tira tudo aquilo que te deixa distante e longe de ser tocado. Tira essa carapaça toda. Tira o medo. Fala de alma. Sente com o coração. Abraça com emoção. Chora de alegria ao transbordar. Mas ao lidar com pessoas, só seja você. Seja alma, coração, emoção. Seja o melhor que puder. Só não seja uma prisão. O resto deixa para trás. Deixa ficar, deixa estar. Os passos que eu dei me fizeram dar os passos que agora estou a caminhar. E espero que possamos todos caminhar, para o que nos aproxima para o melhor que podemos ser. E então, o que realmente vai deixar por aí nos próximos passos que você dar?

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